Poema para quem ficar
Um dia, virão pelo mel que guardámos.
Queimada a casa e degolado o cão
imolarão os nossos filhos em nome de verdades
decretadas entre sedas e olhos de serpentes.
Talvez te violem sobre cardos,
depois de me encostarem às tábuas da lei
para que pareça justo o festim das balas.
Já hoje os decifro, ainda no seu aspecto de pombas
tecendo labirintos de brisas onde esvoaçam outros ventos,
promessas de novos holocaustos,
coloridos com frágeis açucenas.
Mulher. Esconde estas palavras onde ninguém saiba,
para que as possam ler os cegos sobrevivos.
5 comentários:
Sim. Esconderei estas palavras onde ninguém saiba, para que um dia possa dizê-las aos cegos sobrevivos...
Um beijo para ti.
Não, não as esconderei.
Farei delas uma bandeira para que nos levantemos contra quem nos "tita a vida e inveja o pão.!!
Grandabraço...e já sei como irá ser com Rita Lee!
Muito, muito grata!
Um poema muito bom.
É a minha 1ª visita.
Prometo voltar.
Amigos (Graça, São, Vieira Calado)
Esta casa é sempre vossa, mesmo que, um dia, não gostem do que escrevo.
Um abraço para todos.
Não tens que pedir nada
abraço
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