6.22.2013

Contra o Terrorismo


- Ao governo dos EUA
- À NSA e à CIA
- Ao Google
- Ao Facebook
- À Microsoft

- E a quem mais possa  interessar, governo (sipaio) português e SIS incluídos.

Eu João Carlos Lopes Pereira, cidadão do mundo com nacionalidade portuguesa, conhecedor da decisão do governos dos EUA em aceder a dados que lhe facultem informação sobre qualquer cidadão de qualquer nacionalidade – logo, sobre a minha vida privada, no sentido de avaliar se constituo um risco para a segurança interna dos EUA e, consequentemente (porque é essa a visão norte-americana das coisas), para a própria humanidade –, permito-me informar-vos do seguinte:
- Autorizo que vasculhem toda a minha vida, passada, presente e futura, pois nada do que penso, digo e faço é, do meu ponto de vista, imoral, ilegítimo ou ilegal. Logo, não é secreto;

- Para vos facilitar o entendimento da pessoa que sou, acrescento:

1 – Considero serem os EUA uma potência terrorista – aliás, a maior organização terrorista do mundo –, capaz de arranjar as mais alvares e descaradas mentiras para, a coberto delas, invadir países e sujeitar os respectivos povos às mais atrozes violências, apenas porque os seus governos não se sujeitaram a prestar vassalagem ao poder emanado de Washington. Só nos últimos 70 anos, milhões de civis (incluindo mulheres, crianças e idosos de todas as raças e credos), foram vítimas de bombardeamentos (com armas convencionais, químicas ou nucleares), abatidos a tiro, presos e torturados directamente pelas forças armadas americanos ou por mercenários a seu soldo, ou foram vítimas de aparelhos repressivos inspirados e apoiados pelos EUA;

2 – Que esse poder nada mais é do que o resultado da obediência cega da administração norte-americana aos lobies económicos e financeiros que a dominam e a usam para os fins que têm por convenientes;

3 – Que, nessa ordem de ideias, os EUA consideram-se autorizados a ter sob observação e controlo todos os movimentos sociais, políticos e culturais do planeta, principalmente porque têm como desígnio o domínio absoluto da economia mundial – sendo o dólar (que não vale o papel em que é reproduzido) um instrumento desse mesmo domínio – com vista a garantir a defesa daquilo a que chamam «os seus interesses vitais»;

4 – Trata-se de algo, como facilmente se conclui, muito semelhante ao conceito de «espaço vital» que Hitler utilizava para justificar a sua política expansionista e de controlo absoluto da humanidade;

5 – A história da humanidade, nos últimos dois séculos, é, pois, um  extenso e sangrento painel que regista várias centenas de intervenções armadas dos EUA em países espalhados por todo o planeta, incluindo apoio expresso e confessado a golpes de cariz ditatorial, de matriz fascista, de que são meros exemplos os golpes de Pinochet, no Chile, e de Suarto, na Indonésia;

6 – Considero, portanto, que os conceitos de democracia e liberdade, made in USA, se desenvolvem em obediência àquilo – e apenas àquilo – que interesse à oligarquia financeira que domina o planeta, sendo considerados proscritos – e, consequentemente, terroristas – todos os que não se sujeitarem ao poder do dólar. Ao poder financeiro;

7 – Seria, pois, supérfluo discriminar os vários ditadores que os EUA apoiaram, apoiam e, certamente, continuarão a apoiar, pois grande ingenuidade seria imaginar que os EUA não estão dispostos a continuar a fabricar os ditadores necessários à manutenção da sua actual hegemonia;

8 – No fundo, vejo os EUA como uma potência colonial, de timbre totalitário, capaz de imolar milhões de pessoas no altar dos seus «interesses vitais», revelando-se como o maior inimigo da Liberdade e dos Direitos Humanos, apesar de se autoproclamar o principal defensor desses valores;

9 – Para que não restam dúvidas do que penso em relação aos perigos que os EUA representam para a humanidade – de que o escândalo do PRISM é apenas mais um infame detalhe – declaro que jamais denunciaria um «terrorista» procurado pelos EUA, tal como jamais avisaria os EUA de qualquer ataque «terrorista» de que, eventualmente, tivesse conhecimento;

 
10 – Concluindo: se o mundo fosse justo e verdadeiramente livre, há muito que vários presidentes dos EUA se teriam sentado, antes de quaisquer outros, no banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça de Haia. Muitos outros, por crimes bem menores – ou, até, por crimes nenhuns – ali foram julgados e condenados, só porque isso convinha aos interesses dos EUA.

(Publicado no Facebook, no blog www.umaterrasemamos.blogspot.com, lido na Rádio Baía, enviado para os principais órgãos de comunicação social, Grupos Parlamentares e Presidência da República).

1 comentário:

São disse...

Se me tivesses convidado assinaria a Declaração contigo, AMigo!


Até logo, rrrs