![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnS9dvRPfS20JE2XYgEg4nTyJCUDobzN7oG120JnQTj_5dhM09EYMhQuMCVOmPIKTaLl02AQ8-EYuFpIEr4QvwuY5jjDVuTtxn24hC_YoB8hTAPEidT3GnOF9rC4h6TPrmS3vIjg/s400/Corpos.bmp)
Sobre o meu corpo, nosso
Vivo, sobre o meu corpo morto,
duplico-me nos teus olhos minguantes.
Deixar-me-ia ali, num caótico silêncio,
meditando à sombra de outros sonhos,
se não fosse urgente dar-nos a ilusão da vida.
Morto, sobre o meu corpo vivo,
ladeio a pausa solitária da tua boca contida,
e acendo um extenso perigo rutilante
na lucidez dos vasos sanguíneos.
Vivo, sobre o meu corpo vivo,
invado-me da certeza oceânica dos poros,
infatigável matriz sem continentes.
Tão simples como as pedras somos nós,
barcos de navegar momentos e naufrágios.
2 comentários:
Muito bem: tanto o poema como Toulouse-Lautrec...
Peço para me visitares: Flávia precisa de que façamos alguma coisa e eu gostaria de te ouvir!
Abraço fraterno!
Os sonhos, outros, dizes tu. Ou a sombra deles. O silêncio. A nostalgia. A fragilidade forte de quem navega "momentos e naufrágios". Gostei do poema. Um beijo.
Enviar um comentário