10.19.2007

Resistir



Nova poesia da resistência
(de autor desconhecido)






(e parece que é mesmo assim...)


No primeiro diploma,
congelaram as progressões,
acabaram os escalões,
e não dissemos nada.

No segundo diploma,
aumentaram o tempo das reformas,
mexeram com todas as normas,
e não dissemos nada.

No terceiro diploma,
alteraram o sistema de saúde,
há um controlo amiúde,
e não dissemos nada.

No quarto diploma,
criam-se informações,
geram-se várias divisões,
e não dissemos nada.

No quinto diploma,
passa a haver segredo,
as pessoas vivem com medo,
e não dissemos nada.

Até que um dia,
o emprego já não é nosso,
tiram-nos a carne, fica o osso,
e já não podemos dizer nada.

Porque a luta não foi travada,
a revolta foi dominada,
e a garganta está amordaçada.

Agora, a Pátria é uma teia
onde caímos incautos.
Uma coisa suja e feia..

Mas que já consta dos autos
da União Europeia.

1 comentário:

São disse...

Bom, o comentário já o leste, claro, no saobanza.
Venho para te informar da existência de silêncio culpado, que me parece estar com uma iniciativa interessante. Talvez te agrade...
Bom começo de semana!