Aos incréus
Muitos anos antes do Processo Casa Pia ter rebentado, já eu sabia, através de uma pessoa das minhas relações que trabalhava na casa de um dos apresentadores do programa ZIP-ZIP, das porcarias em que certos sujeitos estavam envolvidos. A coisa não era totalmente às claras, mas era feita à vontadinha. Quase que uma gracinha de gente rica - ou com uma boa vida - e famosa. Uma extravagância.
Os nomes que essa pessoa referia (um deles, de alguém já falecido) correspondiam, entre outros, a quase todos os que agora foram julgados. Para mim, também por isso, é tudo fumo e fogo da mesma fogueira. Bem real. Não perceber isto é, no mínimo, padecer de uma grande dose de ingenuidade. Dar o benefício da dúvida é, nas actuais circunstâncias - e à luz dos factos divulgados - andar cá por ver andar os carros eléctricos que ainda circulam.
O fenómeno, é verdade, atravessa a nossa sociedade, infectando todas as classes sociais, mas não há dúvida que os ricos, por terem dinheiro, podem ter carne fresca servida à lista. O Bibi, que não pode ter sido o único predador de crianças e jovens, era, também, como ficou mais do que provado (até pela sua confissão), o fornecedor - e disto penso que ninguém duvida. É muito difícil de acreditar que tenha inventado - tal como os jovens utilizados - os nomes dos abusadores. O que é fácil de acreditar é que outros houve que escaparam à justiça. Ou seja: pecou-se por defeito; não por execesso.
E, agora, é isso que mais me dói - e enraivece: é ter a certeza que há nomes que não foram divulgados e outros que, apesar de o serem, se livraram do banco dos réus. Porquê? Porque estão bem encostados politicamente. E fosse o PS um partido sem expressão e sem o poder que tem a nível da manupilação dos diversos cordelinhos, e teríamos visto muitos mais nomes sonantes a pagar pelos seus crimes.
Mas Portugal é isto mesmo: um lugar muito mal frequentado.
2 comentários:
Infelizmente, tens razão, Amigo!
Portugal é, cada vez mais, um antro de corrupção e animalidade descarada.
Um bom final de semana.
Verador do PS, Samuel Cruz, demonstra o seu facciosismo neo-fascista, apelando contra um dos principais direitos conseguidos através da luta dos trabalhadores e do 25 de Abril.
Saibam mais no blogue O Flamingo.
Tenho dito.
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