Os senhores da la Palisse
Que lindos que foram os discursos do actual e ex-presidentes desta republicazinha!
Afinal, eles sabem – como sempre souberam – a receita para resolver a crise. Também não tem muito que saber: foi sempre a mesma. Mas é sempre comovedor ouvir suas excelências a apelar à concertação social, à aceitação dos sacrifícios, à concentração de energias, ao esforço colectivo e a outros clisteres igualmente milagrosos. (E nem vale a pena esclarecer suas sumidades que essa receita nunca deu nada que se visse – antes pelo contrário – porque fartos de saber isso estão eles).
Por isso, em linguagem de gente, o que eles combinaram dizer foi: «Aguenta, Pacheco!».
Mas – e que curiosas que as coisas são – nenhum deles respondeu às questões essenciais:
1 – Quem – e o quê – (que pessoas, que partidos, que políticas) conduziram as coisas a este estado?
2 – Que responsabilidades tiveram – ou têm – eles próprios na situação actual? Ou porque, sendo tão sábios, não impediram, com o poder que tiveram, que isto chegasse ao que chegou?
3 – Como será possível resolver a crise, se as receitas para a resolver são as mesmas que a ela conduziram?
Finalmente, eis a descoberta espantosa que todos fizeram:
O PAÍS ESTÁ A VIVER UM MOMENTO PARTICULARMENTE DIFÍCIL.
(O Senhor Jacques de la Palisse deu dois mortais à retaguarda, com pirueta, lá no distante túmulo onde devia repousar).
Pronto! Rendo-me! V. Exas. são, de facto, muito inteligentes. Com crânios desses, vamos longe. Ai vamos, vamos…
Então, até lá.
Que lindos que foram os discursos do actual e ex-presidentes desta republicazinha!
Afinal, eles sabem – como sempre souberam – a receita para resolver a crise. Também não tem muito que saber: foi sempre a mesma. Mas é sempre comovedor ouvir suas excelências a apelar à concertação social, à aceitação dos sacrifícios, à concentração de energias, ao esforço colectivo e a outros clisteres igualmente milagrosos. (E nem vale a pena esclarecer suas sumidades que essa receita nunca deu nada que se visse – antes pelo contrário – porque fartos de saber isso estão eles).
Por isso, em linguagem de gente, o que eles combinaram dizer foi: «Aguenta, Pacheco!».
Mas – e que curiosas que as coisas são – nenhum deles respondeu às questões essenciais:
1 – Quem – e o quê – (que pessoas, que partidos, que políticas) conduziram as coisas a este estado?
2 – Que responsabilidades tiveram – ou têm – eles próprios na situação actual? Ou porque, sendo tão sábios, não impediram, com o poder que tiveram, que isto chegasse ao que chegou?
3 – Como será possível resolver a crise, se as receitas para a resolver são as mesmas que a ela conduziram?
Finalmente, eis a descoberta espantosa que todos fizeram:
O PAÍS ESTÁ A VIVER UM MOMENTO PARTICULARMENTE DIFÍCIL.
(O Senhor Jacques de la Palisse deu dois mortais à retaguarda, com pirueta, lá no distante túmulo onde devia repousar).
Pronto! Rendo-me! V. Exas. são, de facto, muito inteligentes. Com crânios desses, vamos longe. Ai vamos, vamos…
Então, até lá.
2 comentários:
Aplaudo de pé esta tua denúncia.
E te deixo um abraço com perfume a cravos acabados de apanhar, Amigo.
Trinta e sete anos depois do 25 de Abril, quatro dos seus coveiros reuniram-se para lhe fazerem o elogio fúnebre. (Um, para disfarçar, ia de cravo vermelho).
Quantos anos foram eles presidentes da república? E quantos anos foram, Cavaco e Soares, primeiros-ministros?
Quantos anos nos governaram os partidos a que pertencem Cavaco, Soares e Sampaio?
Então, estiveram a falar de quê? E de quem? E para quê? E para quem?
Olha, São: se os não matarmos, matam-nos eles
Abraço.
Enviar um comentário