5.22.2011

O voto (muito) estúpido



A maioria dos votos que o PS vai ter, não serão votos no PS. Serão votos contra o PSD.


A maioria dos votos que o PSD vai ter, não serão votos no PSD. Serão votos contra o PS.

Os eleitores – chamemos-lhes assim – portugueses não votam, por via de regra, em alguém. Votam contra alguém.

Por isso – e rigorosamente – em cada eleição há sempre um grande derrotado: o próprio Povo Português. A estupidez sempre saiu cara.

E há sempre um grande vencedor: o Poder Económico. Para ele, tanto faz que vença o PS, como o PSD. As políticas serão aqueles que ele, o Poder Económico, quiser. Podem esgatanhar-se à vontade – e até é bom que façam. O circo eleitoral distrai o pagode e, principalmente, dá a tudo um ar democrático.

Há também um pequeno derrotado: o bando de boys e girls que perdem os seus jobs sempre que o poder muda de mãos.

Como há sempre um pequeno grupo vitorioso: o bando dos novos boys e girls que vão ocupar os jobs que ficaram vagos.

O voto consciente, esclarecido, objectivo – isto é: em programas e propostas políticas que possam contribuir para resolver os problemas das pessoas e do país, é quase residual.

Por outro lado, a abstenção e os votos em branco representam atitudes mais lúcidos que os votos no PS, no PSD ou no CDS. Se algum destes partidos tivesse receitas e sapiência para resolver os nossos problemas, já o teria feito há muito tempo. Pelo contrário: já provaram que são, todos eles, parte do problema. Nunca serão a solução. Qualquer cidadão na posse de faculdades mentais nascidas de meia dúzia de neurónios – tanto basta – já consegue perceber isto.

Por tudo isto, se as eleições portuguesas não são um hino à estupidez e imbecilidade de um povo, então é apenas por que isto não é um povo. Por mais razão nenhuma.

Um dia destes, pode ser que a malta acorde, esfregue os olhos e corra a cambada toda a pontapé. Pelo menos isso – e se for com bota de biqueira de aço, tanto melhor.

Parece que há sítios onde as pessoas já começaram a abrir os olhos. Em Espanha, por exemplo.

2 comentários:

São disse...

Desculpa, mas não me parece que muitas pessoas tenham aberto os olhos em Espanha: ouvi Zapatero em directo e a derrota foi bem grande, vencendo o PP...

Acho que anda tudo muito burrinho!

Um abraço, Amigo

joaocarlos42@gmail.com disse...

Pois é, Mas parece que já há uma vasta franja de cidadãos que não hesita em dizer que não vai dar mais para aquele peditório.

è um bom sina. E um bom exemplo.

Há que segui-lo.

Abraço.

MC (ou JC)