11.25.2007


Asfixia


Desenho, de olhos fechados, o instante anterior,
cheio de cores bem definidas no avesso negro das pálpebras.
É onde estás agora, de gestos bailados, procurando a fuga.
Na breve posse, asfixias e tremes,
como há pouco tremeste e sufocaste, na violência dos corpos.
Deixar de respirar, e pronto...


Seria tão fácil matar-te, se morrer me bastasse.





Nota: (à margem - e a propósito)







ABAIXO A VIOLÊNCIA DE GÉNERO
HUMANIDADE NÃO TEM SEXO

A violência doméstica, nomeadamente a violência de género, é uma realidade que envergonha o mundo em pleno século XXI.

3 comentários:

Graça Pires disse...

"no avesso negro das pálpebras" molhávamos o olhar, se nos bastassem as lágrimas para a indignação. Contra todas as formas de violência, dizemos basta! Um beijo.

São disse...

GRATÍSSIMA PELA ADESÃO.
beijos.

T. R. Brenner disse...

Olá. Uso a frase "avesso negro das pálpebras" em um conto meu, recém escrito. Foi uma coincidência. Minha inspiração foi uma frase do Foucault: "o avesso negro do corpo". Mas resolvi pesquisar "avesso negro das pálpebras" no google e achei seu poema. Como você publicou primeiro, vou botar a frase entre aspas e colocar um link para o seu poema. Tudo bem? Se te incomodar me avise que eu mudo meu conto. A propósito, seu poema é muito bonito.
Meu conto se chama "Gárgula" e você pode lê-lo no meu blog: www.remoenda1.blogspot.com
Abraços.