Do circo da selecção… ao circo da governação.
A pátria de chuteiras
- e de brincos, tatuagens, lamborghinis e lindos penteados
O «português» Pepe (só as patas) mostra a sua raça, arreganho e outras virtudes
Da querida selecção, era melhor nem falarmos. Mas ficava mal, agora que os «nossos rapazes», suprassumos da raça (Pepe também?), estão em liça para elevar ao mais alto nível as virtudes lusitanas. (Pausa para limpar uma incontida e patriótica lágrima).
Entre brincos de milhares, tatuagens lindíssimas (se aquilo é na pele, como não estará no cérebro…), lamborghinis e ferraris, penteados exóticos impulsionados por neurónios alienígenas, a troupe, liderada por um capitão sempre à coca das câmaras para fazer carinhas larocas, está ali para o que der e vier. E se vier depressa, poupam-se umas massas...
Sim, porque gente fina é outra coisa, por isso, a selecção nacional é a que paga mais por diária, mas já se sabe que a ordem é rica. Por cá, mantém-se a sopa dos pobres (perdão: isso era no tempo do fascismo; agora, são cantinas sociais) e os peditórios contra a fome – fome, mas democrática, note-se bem, que é perfeitamente suportável, compreensível e legitimada pela vontade popular. Fome negra, terrível, era a dos tempos da outra senhora.
Fátima em Maio; Futebol em Junho; Fado –triste – todo o ano. Outra vez os três efezinhos. Podia acrescentar outro F, mas é melhor suster os ímpetos.
Afinal, havia outra…
Portugal vai ter 500 mil
jovens agricultores, a maior parte licenciadosO Primeiro-ministro aconselha agora os jovens desempregados a olharem para a Agricultura, como uma boa perspectiva de futuro. Pedro Passos Coelho lançou o repto, durante a visita que realizou à Feira Nacional de Agricultura, em Santarém. Aqui há um mês, a solução para os desempregados jovens era a emigração. Mas afinal, havia outra (solução). Dediquem-se à agricultura.
Mas como vai ser? Ocupam terras improdutivas? Isso é muito feio, antidemocrático e pode ser considerado um regresso ao PREC. E à Reforma Agrária. O Estado dá as terras? Ou vende? Ou estaremos a falar de hortas urbanas, quiçá, nas banheiras e marquises?
Ó Pedro, pá, podes explicar isso melhor à malta? Emigrar, é fácil, basta um mano meter os pés ao caminho. Mas ir para a ingrícula, assim do pé para a mão, meu, como é que estás a ver a cena?
1 comentário:
Aplaudo de pé e vigorosamente a tua crítica à gloriosa selecção e a essa distinta criatura chamada Pepe!
Quanto à segunda parte, claro que estou de acordo.
Bem hajas, Amigo!
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