6.23.2007

Ó Sócrates, diz-me com quem andas...




Tudo bons rapazes


António José Morais (lembram-se dele?) foi acusado de corrupção e branqueamento de capitais num inquérito à construção de uma estação de tratamento de resíduos na Cova da Beira.

O ex-professor de José Sócrates na Universidade Independente, esteve ligado à construção do aterro sanitário em 1996 através do GEASM, o seu gabinete de engenharia, que preparou o projecto, o programa do concurso, o caderno de encargos e avaliação técnica das propostas.

A Polícia Judiciária começou a investigar o caso em 1999, após uma denúncia anónima. À data dos factos, José Sócrates era secretário de Estado do Ambiente, mas não foi ouvido no inquérito. A notícia, avançada pelo Expresso Online e já confirmada pelo PÚBLICO, refere que foram constituídos mais cinco arguidos ".

Para quem já não se lembra do Morais e das suas ligações a Sócrates e ao Partido «Socialista», eu recordo alguns pormenores deliciosos:

I - Comecemos pela querida priminha

O António José Morais é primo em primeiro grau da Dr.ª Edite Estrela. É um transmontano, tal como a prima, que também é uma grande amiga do «engenheiro» Sócrates. Também é amigo de outro transmontano, igualmente licenciado pela UnI, o doutor (será mesmo?) Armando Vara, antigo caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente Administrador desta instituição, e também ele grande amigo do «engenheiro» Sócrates e da Dr.ª Edite Estrela.

II - Um curiculum maravilhoso

O engenheiro Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que, devido ao seu elevado espírito empreendedor, canalizava trabalhos destinados ao LNEC, para uma empresa em que era parte interessada. Um dia, devido à sua infeliz conduta, foi convidado a sair. Trabalhou para outras empresas, entre as quais a HIDROPROJECTO, e pelas mesmas razões foi também convidado a sair. Nesta sua fase de consultor de reconhecido mérito, trabalhou para a Câmara da Covilhã, à qual vendeu serviços requisitados pelo técnico «engenheiro» Sócrates – isto, claro, sem nunca se conhecerem...

III - O nascimento de uma bela amizade

É desta amizade entre o «engenheiro» da Covilhã e o engenheiro Consultor que se dá a apresentação de Sócrates à Dr.ª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista. E assim começa a fulgurante ascensão do «engenheiro» Sócrates no Partido Socialista de Lisboa, apadrinhada pela famosa Dr.ª Edite Estrela. Porém, logo ficou evidente que à natural e legítima ambição do político Sócrates era importante acrescentar a licenciatura. Fica bem, dá outro estatuto e outra credibilidade. Enfim, facilita a abertura de muitas portas. E, sobretudo, distingue a gente fina da ralé, da maralha…Assim, o engenheiro Morais, já professor do prestigiado ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) passa a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno – José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel, sendo importante recordar que não se conheciam de lado nenhum. Nem da Covilhã.

IV - Mais dados para o curriculum

Porém, o diligente e empreendedor engenheiro Morais, demasiado envolvido noutros projectos, faltava, amiúdes vezes, às aulas, o que, naturalmente, levou a que fosse convidado a sair daquela docência. No entanto, convém não esquecer que estamos a falar de um homem dotado de grande espírito de iniciativa, pelo que, rapidamente, se colocou na Universidade Independente. Aí, o seu amigo (mas desconhecido) bacharel, José Sócrates, imensamente absorvido na política e na governação, seguiu-o, mas apenas «porque era a escola, mais perto do ISEL que encontrou». E, claro está, continuava a não saber quem era o engenheiro Morais.

E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o «desconhecido», mas «exigente», engenheiro Morais. E, ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo secretário de Estado e trabalhador estudante, licencia-se e passa a ser «engenheiro».

Eis que, licenciado o governante, há que retribuir o esforço do hiper, super, mega professor, que, com o sacrifício do seu próprio descanso, deve ter dado aulas e orientado o aluno a horas fora de normal, já que a ocupação de secretário de Estado é normalmente absorvente.

V - E assim…

O amigo Vara, também secretário de Estado da Administração Interna, coloca o engenheiro Morais como Director Geral no GEPI, um organismo daquele Ministério.

VI - E lá vem outra vez o curriculum...

Mas o Morais, um homem cheio de iniciativa, também aí teve de ser demitido, devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei, para além de outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo secretário de Estado, Vara. De tal modo as coisas foram, que a sigla FPS deixou de significar Fundação de Prevenção e Segurança, para passar a significar, no dizer do povo, Fundos para o PS. (Lembram-se, decerto, que foi por causa dessa famigerada Fundação que o engenheiro Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara (pressões do presidente Sampaio), o que levou ao corte de relações de Vara com Jorge Sampaio – consta, até, que Vara nutre pelo ex-presidente um ódio de estimação). Guterres, farto que estava do Partido Socialista, aproveita a derrota nas autárquicas e dá uma bofetada de luva branca no PS, mandando-os todos para o desemprego.

Seguem-se Durão Barroso e Santana Lopes, que não se distinguem em praticamente nada de positivo, e assim volta ao poder o Partido Socialista, já comandado pelo «engenheiro» Sócrates. Ganha com maioria absoluta.

VI - Mais um tacho, mais uma oportunidade… e mais dados para o curriculum

Eis que, amigo do seu amigo é, e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras. E aí está o fabuloso engenheiro Morais nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça. Claro que Sócrates não teve nada a ver com isso – e quem pensar o contrário é gente de mau íntimo, suspeitosa e má-língua. Pois se ele mal o conhecia e, certamente, teria apenas uma vaga ideia do outro ter sido seu dedicado professor e muito prestável examinador… Mas o Morais, que é homem sensível e de coração grande – e que, como a maioria dos homens, não é de pau – tomba de amores por uma cidadã brasileira, que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo.

Ora, sabemos todos como a paixão obnubila a mente e trai a razão. Vítima disso, o Morais nomeia a «brasuca» Directora de Logística dum organismo por ele tutelado, a ganhar 1.600 € por mês. Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações) da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava. Daí até a coisa vir publicada no 24 Horas, foi um ápice. E assim lá foi o apaixonado engenheiro Morais despedido outra vez.

E foi este o homem que fez do senhor José Sócrates Pinto de Sousa um… senhor «engenheiro»!

Agora, o Morais, está a contas com a Justiça. O Sócrates - para que conste - nunca ouviu falar do homem, nem coisa que se pareça.

Comentários? Para quê?

São rosas «socialistas», senhores! São rosas «socialistas».


1 comentário:

Mar Arável disse...

SÃO ROSAS MURAIS - MORAIS - ISTO É - UM JARDIM DE CORES TRESMALHADAS - UM RAMALHETE DE FLORES ATIRADAS ÁS PAREDES - UMA VENDA DE ESPINHOS - UMA TERTÚLIA DE TARTUFOS.COITADAS DAS ROSAS.