Há dois anos, na sua intragável vozinha de coisa falsa, dizia Sócrates em plena campanha eleitoral:
«Nós não vamos combater o défice fazendo dele uma obsessão, arruinando a nossa economia e fazendo disparar o desemprego».
Continuando a citar a espécie de engenheiro que governa o país, recordemos outra promessa feita por ele na mesma altura: «Com o PS, a política ambiental vai recuperar o dinamismo que nunca deveria ter perdido e a qualidade de vida vai voltar à agenda política».
E mais dizia: «Nós vamos retirar 300 mil idosos da pobreza, porque o país tem de ser capaz de garantir uma vida digna àqueles que passaram uma vida inteira a trabalhar».
E todos se lembram, ainda, da sua famosa promessa, afirmada por ele a plenos pulmões e colocada em grandes cartazes por todas as ruas do país: «Nós vamos recuperar 150 mil empregos», acrescentado ainda o engenheiro fabricado na Independente, referindo-se ao desemprego existente na altura – e cito: «7,1% de taxa de desemprego é bem a marca de uma governação falhada, de uma economia mal conduzida».
Nessa altura, respondendo aos jornalistas sobre a sua promessa de não aumentar os impostos, afirmava, sorridente, o engenheiro de aviário: «Recomendo a todos os senhores jornalistas que leiam o programa. E não está previsto no programa nenhum aumento de impostos».
Os socialista prometeram isto e muito mais. Prometeram praticamente tudo. Prometeram que a Saúde seria para todos, independentemente do local onde vivessem e da sua situação económica. Prometeram melhorar o sistema de Ensino. Prometeram retirar a Cultura do sistema de asfixia financeira em que vivia, e dedicar-lhe 1% do orçamento.
Passados dois anos, levantemos o «manto diáfano da fantasia» socialista e olhemos para «a nudez crua da realidade»:
Se 7,1% de taxa de desemprego, no tempo do PSD, eram a marca de uma governação falhada, os 8,2% de hoje serão o quê? São, para vergonha do governo – e para nossa desgraça – a maior taxa de desemprego dos últimos 21 anos, com 73 novos desempregados, em média, por dia.
Dos 300 mil idosos que queriam retirar da pobreza, nem 20 mil recebem o complemento de solidariedade.
Prometeram não aumentar os impostos, mas, só em dois anos, aumentaram 9 impostos, e cada português paga hoje mais 330 euros (66 contos) em impostos do que pagava há dois anos.
Prometeram mais e melhor Saúde para todos, especialmente para os mais idosos e desfavorecidos, e o que temos é uma Saúde mais cara e de acesso mais difícil. Os medicamentos aumentaram 6,6% e 300 deles deixaram de ser comparticipados. As taxas moderadoras aumentaram 27%. Nas regiões mais pobres, onde a população é mais idosa e carente, fecham-se serviços e reduzem-se horários. Agora, as grávidas têm os seus filhos cada vez mais em ambulâncias ou no chão da garagem, enquanto outras são encaminhadas para Espanha.
Prometeram melhor sistema de Ensino, mas o caos e o descontentamento instalaram-se. Milhares de crianças passaram a ficar a quilómetros das suas novas escolas, por encerramento daquelas que frequentavam. Portugal, em consequência, apresenta os piores índices europeus em matéria de Educação.
Prometeram retirar a Cultura da asfixia financeira e dedicar-lhe 1% do orçamento, mas, hoje em dia, o ministério está falido e, praticamente, só existe no papel. Política cultural não existe.
Prometeram colocar o ambiente no centro da sua estratégia, mas, dois anos depois, as leis e projectos não saíram da gaveta, e o país está cada vez mais desordenado, mais sujo e mais roído pelo mar. Apenas no que respeita à co-incineração o governo quis agir, não por questões ambientais, mas porque a co-incineração nada mais é do que um grande negócio da China, com largos proveitos para as cimenteiras e graves riscos para a saúde pública. Para sua infelicidade e sorte nossa, os tribunais têm vindo a cortar as vasas a esse atentado.
Dois anos depois das promessas de Sócrates, Portugal está mais longe da Europa, os portugueses estão mais pobres, há mais desemprego, a saúde é uma miragem – e, cada vez mais, um luxo só ao alcance dos mais favorecidos – o ambiente está caótico, o investimento parou, o poder de compra entrou em queda livre. Enfim, Portugal afunda-se.
Mas falta falar das liberdades. Com o PS, voltou o reino da bufaria, de delação, das perseguições políticas. Os boys e as girls são os novos «informadores» de sua excelência o senhor Presidente do Conselho, a quem directamente reportam, ou através do ministério que os tutele. Isto, enquanto não for oficializada a nova PIDE, para tornar tudo mais simplex. Então, será deste bufos, destes boys e girls acantonados por todo o aparelho de Estado, que sairão os novos pides, os novos Barbieris os novos Rosas Casacos. Entretanto, os «delitos de opinião» vão sendo punidos com suspensões, cessações, despedimentos e outras práticas neo-salazarentas.
Por outro lado, avança a chamada monitorização de rádios, televisões, jornais e blogues, feita pela Entidade Reguladora da Comunicação Social, para se perceber quem é da cor e quem é do contra – e daí se tirarem as devidas consequências. Isto para não falar do novo Estatuto do Jornalista, que institui um tribunal especial para julgar e condenar os jornalistas de «sarjeta», ou seja, os que dizem as verdades que os neo-salazaristas querem manter escondidas.
A corrupção é a moeda corrente. Nada há que ela não compre. Mas o PS recusa medidas eficazes ao seu combate, mesmo que sejam as pálidas propostas apresentadas por um socialista, João Cravinho. Aparentemente, o PS – como partido e como governo – não que ir buscar lenha para se queimar.
Na política externa, Sócrates continua a aceitar que os portugueses sejam a carne para canhão nas guerras imperiais de conquista que Bush, alucinadamente, promove. Só este mês – e só no Iraque – já foram abatidos mais de cem soldados invasores norte-americanos. O passeio que Bush prometera, tanto no Afeganistão, como no Iraque, está a ser uma longa caminhada de mortes, mutilações, deserções, suicídios, e distúrbios mentais.
Foi contra isto tudo que a Greve Geral foi decretada. O mesmo é dizer que o foi em nome da vida, em nome da decência, em nome da liberdade, em nome da justiça, em nome, enfim, do direito ao pão. Em nome da democracia.
De pé, ó vítimas do PS!
Prometeram não aumentar os impostos, mas, só em dois anos, aumentaram 9 impostos, e cada português paga hoje mais 330 euros (66 contos) em impostos do que pagava há dois anos.
Prometeram mais e melhor Saúde para todos, especialmente para os mais idosos e desfavorecidos, e o que temos é uma Saúde mais cara e de acesso mais difícil. Os medicamentos aumentaram 6,6% e 300 deles deixaram de ser comparticipados. As taxas moderadoras aumentaram 27%. Nas regiões mais pobres, onde a população é mais idosa e carente, fecham-se serviços e reduzem-se horários. Agora, as grávidas têm os seus filhos cada vez mais em ambulâncias ou no chão da garagem, enquanto outras são encaminhadas para Espanha.
Prometeram melhor sistema de Ensino, mas o caos e o descontentamento instalaram-se. Milhares de crianças passaram a ficar a quilómetros das suas novas escolas, por encerramento daquelas que frequentavam. Portugal, em consequência, apresenta os piores índices europeus em matéria de Educação.
Prometeram retirar a Cultura da asfixia financeira e dedicar-lhe 1% do orçamento, mas, hoje em dia, o ministério está falido e, praticamente, só existe no papel. Política cultural não existe.
Prometeram colocar o ambiente no centro da sua estratégia, mas, dois anos depois, as leis e projectos não saíram da gaveta, e o país está cada vez mais desordenado, mais sujo e mais roído pelo mar. Apenas no que respeita à co-incineração o governo quis agir, não por questões ambientais, mas porque a co-incineração nada mais é do que um grande negócio da China, com largos proveitos para as cimenteiras e graves riscos para a saúde pública. Para sua infelicidade e sorte nossa, os tribunais têm vindo a cortar as vasas a esse atentado.
Dois anos depois das promessas de Sócrates, Portugal está mais longe da Europa, os portugueses estão mais pobres, há mais desemprego, a saúde é uma miragem – e, cada vez mais, um luxo só ao alcance dos mais favorecidos – o ambiente está caótico, o investimento parou, o poder de compra entrou em queda livre. Enfim, Portugal afunda-se.
Mas falta falar das liberdades. Com o PS, voltou o reino da bufaria, de delação, das perseguições políticas. Os boys e as girls são os novos «informadores» de sua excelência o senhor Presidente do Conselho, a quem directamente reportam, ou através do ministério que os tutele. Isto, enquanto não for oficializada a nova PIDE, para tornar tudo mais simplex. Então, será deste bufos, destes boys e girls acantonados por todo o aparelho de Estado, que sairão os novos pides, os novos Barbieris os novos Rosas Casacos. Entretanto, os «delitos de opinião» vão sendo punidos com suspensões, cessações, despedimentos e outras práticas neo-salazarentas.
Por outro lado, avança a chamada monitorização de rádios, televisões, jornais e blogues, feita pela Entidade Reguladora da Comunicação Social, para se perceber quem é da cor e quem é do contra – e daí se tirarem as devidas consequências. Isto para não falar do novo Estatuto do Jornalista, que institui um tribunal especial para julgar e condenar os jornalistas de «sarjeta», ou seja, os que dizem as verdades que os neo-salazaristas querem manter escondidas.
A corrupção é a moeda corrente. Nada há que ela não compre. Mas o PS recusa medidas eficazes ao seu combate, mesmo que sejam as pálidas propostas apresentadas por um socialista, João Cravinho. Aparentemente, o PS – como partido e como governo – não que ir buscar lenha para se queimar.
Na política externa, Sócrates continua a aceitar que os portugueses sejam a carne para canhão nas guerras imperiais de conquista que Bush, alucinadamente, promove. Só este mês – e só no Iraque – já foram abatidos mais de cem soldados invasores norte-americanos. O passeio que Bush prometera, tanto no Afeganistão, como no Iraque, está a ser uma longa caminhada de mortes, mutilações, deserções, suicídios, e distúrbios mentais.
Foi contra isto tudo que a Greve Geral foi decretada. O mesmo é dizer que o foi em nome da vida, em nome da decência, em nome da liberdade, em nome da justiça, em nome, enfim, do direito ao pão. Em nome da democracia.
De pé, ó vítimas do PS!
Sem comentários:
Enviar um comentário